EL FOGON
TERRA DA GENTE
Entre o pampa e os pinheirais
Esta é a terra que nos viu nascer
Aqui trabalhamos por demais
No duro caminho de vencer
Os bons momentos na lembrança
Marcaram registros na saudade
Sempre em prosa e versos nas andanças
Neste mundo do bem e… da maldade
Quase um século de existência
De cidade em cidade o futuro forjando
Tocando em frente com força e persistência
Vencendo cancha… seguimos andando
A velha casa adorno da querência
Velho portão tantas vezes nos recebendo
O cão fiel sorriso o fim da ausência
Feliz latindo por nos estar revendo
Papai, mamãe, vovô e vovó
Trabalharam de dar dó
Mas da labuta tiravam o pó
Na conversa de um bom do filó
De filó em filó
A vida se passou
Mas com os filhos restou
O boa lembrança do filó
Todo o registro de nossas pegadas
Com marcas mil estão gravadas
Num memorial cheio de saudade
Dos palma os registros das estradas
Dez irmão
Uma longa história
Que memoria
Bons momentos
Pensamentos
No mundo cão vitória
Saudosas canções
Que alegria
Poesia
“Cosi sia”
LA NOSTRA STORIA
Questa ze la nostra storia
Lunga e bela de sonar
Se le scolta sempre l´aria
Lora cosi se vá catar
Semo diese fredei
Slevai a scuria in mam
Lora polito sti putei
Magnava salame formaio e pam
Quando gue giera la puina
Mama mia come i manhava
El fogon scaldava la cosina
E la mama mai se fermava
Boni ricorde de questa vita
Mai piu se smorsará
Ma la fameia sempre unita
Unita el mondo la ga luntaná
La la la la la la
La la la la la la
La la la la la la
La la la la la la
Refrão – bem andante
Um giorno pien brina
Fa fredo a la matina
Bianca cufá puina
E descalci se camina
SABIÁ – POETA DA PICADA
Sobre o Sabiá
Não existe, é apenas uma figura tomada pelo “existencialismo poético”, devaneia entre mar, praias, matas e picadas tortuosas, formando seu enigma misterioso, do tipo “enigma do outro mundo”, enfim não cabe em nenhuma definição. Mas ao seu jeito tem alma poética.
ENEPÊ
A ODE DOS IMIGRANTES ITALIANOS
A longa e larga América,
Surpresas por mais mostrasse,
Seria o caminho para o Éden,
Num mundo chamado “Mérica”!
Outra vida fez-se obrigatória,
Arrumar o que restava e zarpar,
Tornava-se a única trajetória,
Para poder a vida continuar!
Longe, muito longe de sua terra!
Sempre sacudida por terremotos!
Não bastasse tremores, vinha a guerra,
E sua querida terra aos destroços!
Trinta e seis dias de mar tenebroso,
Enfim, o Éden para a Ode cantar,
Num país de paz e generoso,
Para a sofrida vida recomeçar!
Nunca mais veriam seu povo!
Sabiam disso muito bem!
Mas a esperança do mundo novo,
A única estrela de Belém!
A saudade escancarava a alma!
A lembrança dos bons momentos,
O que restava para irrigar a calma!
Lá longe no além-mar de alentos!
Com novos povos se encontraram
Sendo saudade comum fator,
De mãos dadas se agruparam
Construindo novo mundo promissor!
Tudo recomeçou,
Muito se trabalhou,
A vida prosperou,
O velho mundo lá ficou!
Tudo mudou!
…E a alma respirou!
Onde a ode se cantou,
Vinhedos ao infinito
Grandes cidades,
Mais que bonito
‘I gá fato polito’!
De filó em filó,
Cantorias de dar dó,
Da viagem tiravam o pó,
…Hoje “tció”!…
Ah! Que saudade filó!
ABIÁ, poeta da picada